Vice-presidente e ministro de Portos representam governo federal em certame histórico de infraestrutura.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá à B3, em São Paulo, para o leilão do túnel imerso Santos-Guarujá na próxima sexta-feira (5). Em seu lugar, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, vão representar o governo federal, evitando um encontro direto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também participa do evento.
Leilão do túnel Santos-Guarujá
O projeto, considerado a maior obra de infraestrutura urbana do Novo PAC, será realizado por meio de uma parceria público-privada (PPP) entre União e estado de São Paulo, com investimentos de quase R$ 5,2 bilhões divididos igualmente entre os dois entes. A futura concessionária precisará aportar mais R$ 1,6 bilhão para a conclusão do empreendimento.
O leilão já recebeu duas propostas: da construtora portuguesa Mota-Engil, com participação da gigante chinesa CCCC, e da espanhola Acciona. Outras construtoras nacionais, como Odebrecht, Álya (antiga Queiroz Galvão), Andrade Gutierrez e Marquise, que estudavam o projeto, acabaram desistindo da disputa.
Presença de Lula e histórico de leilões
Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), a ida de Lula à B3 nunca foi cogitada, e o presidente não costuma comparecer a leilões de projetos de infraestrutura do governo. A decisão de enviar Alckmin e Costa Filho mantém o protocolo institucional, ao mesmo tempo em que evita qualquer constrangimento político com Tarcísio, que participará do momento simbólico de encerramento do certame, a tradicional martelada que define a vencedora da licitação.
Impacto do projeto
O túnel Santos-Guarujá representa não apenas um avanço tecnológico, com tecnologia inédita no país, mas também uma promessa de integração urbana e logística na região metropolitana, beneficiando transporte de cargas e passageiros. A obra simboliza como parcerias entre União e estados podem viabilizar projetos estratégicos, mesmo em meio a diferenças políticas entre gestores.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação