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Lula participa de cúpula no Chile ao lado de líderes de esquerda em meio à crise com os EUA

Reunião internacional trata de democracia, desigualdade e desinformação; evento ocorre dias após tarifaço de Trump e revogação de vistos de ministros do STF.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na noite deste domingo (20) em Santiago, capital do Chile, onde participa da cúpula internacional “Democracia Sempre”, organizada pelo presidente chileno Gabriel Boric. O encontro reúne líderes progressistas da América Latina e Europa, em um momento de escalada nas tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.

Ainda no domingo, Lula participou de um jantar com Boric e com o presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, abrindo informalmente a agenda da cúpula, que ocorre no Palácio de La Moneda.

Nesta segunda-feira (21), os debates se intensificam com a presença dos presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez. O grupo discute três eixos principais:

  • o fortalecimento da democracia e do multilateralismo,
  • a redução das desigualdades sociais,
  • e o combate à desinformação, com foco na regulação de tecnologias emergentes.

O encontro dá continuidade às articulações iniciadas por Lula e Sánchez durante a Assembleia Geral da ONU de 2024, e é visto como um esforço conjunto para reposicionar as esquerdas no cenário global, frente ao avanço de discursos autoritários e às novas ameaças digitais.

A reunião ocorre em um contexto delicado. Nos últimos dias, o presidente americano Donald Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e revogou vistos diplomáticos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), o que foi interpretado pelo governo brasileiro como um ataque direto à soberania nacional.

Lula tem reagido com firmeza. Em entrevistas a veículos internacionais, tem defendido o papel das instituições brasileiras, a autonomia do Judiciário e a necessidade de proteger o país de ingerências externas. A estratégia, segundo fontes do Planalto, inclui conceder entrevistas semanais à imprensa estrangeira e ampliar o diálogo com lideranças democráticas no exterior.

Ao final da cúpula no Chile, os líderes devem divulgar uma declaração conjunta e se reunir com representantes da sociedade civil, intelectuais e organizações internacionais. A expectativa é que os resultados desse encontro sejam levados à próxima Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para setembro, em Nova York.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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