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Lula pede cassação de Eduardo Bolsonaro na Câmara por “traição à pátria”

Discurso inflamado do presidente durante inauguração de fábrica reacende tensão diplomática com os EUA e aprofunda disputa política interna.

Senti um eco forte nas palavras de hoje do presidente Lula: mais do que um ato político, foi uma convocação à indignação. Ao afirmar que “vocês têm que pedir a cassação dele, porque ele está traindo o país. Essa é a verdadeira traição à pátria”, dirigindo-se à base aliada, Lula acendeu um debate ácido sobre os limites da lealdade e o que significa proteger os interesses nacionais, especialmente diante de alianças que, segundo ele, ameaçam nossa soberania.

O que Lula disse (e quer que aconteça)

Durante a cerimônia de inauguração da nova fábrica da Hemobrás em Goiana (PE), o presidente pediu que parlamentares, como o deputado Pedro Campos (PSB–PE), apresentem formalmente o pedido de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL–SP). O motivo? O deputado, residente nos Estados Unidos, estaria estimulando sanções contra o Brasil: uma atitude que, para Lula, configura “tração à pátria”.

Por que essa cassação tem fundamento

  1. Licença vencida e ausência prolongada
    Eduardo Bolsonaro teve sua licença parlamentar de 120 dias encerrada em julho, mas continuou nos Estados Unidos sem justificativa formal; uma situação que, segundo as normas da Câmara, pode ser considerada abandono de mandato.
  2. Já foram protocolados três pedidos de cassação pelo PT.
  3. Recursos públicos em questão
    O PT também solicitou o bloqueio do salário e da cota parlamentar de Eduardo, alegando que ele continuou recebendo pagamentos mesmo estando fora do país e sem participação nas atividades legislativas.
  4. Risco real de perda automática do mandato
    Caso Eduardo permaneça ausente e acumule mais de um terço das faltas em sessões plenárias neste ano legislativo: cenário possível se ele não retornar em breve, o regimento prevê a possível cassação automática por abandono de cargo.
  5. Lobby contra o Brasil em Washington
    Eduardo Bolsonaro está nos EUA articulando apoio para imposição de sanções comerciais e diplomáticas; inclusive para beneficiar seu pai, Jair Bolsonaro  e chegou a agradecer publicamente medidas como a lei Magnitsky, usada para sancionar autoridades brasileiras; tudo isso acirra o argumento de que suas ações violam os interesses nacionais.

O cenário político em que isso se insere

Esse episódio ganha peso no contexto de uma crise diplomática mais ampla. O governo Lula busca reduzir impactos do chamado “tarifaço” imposto pelos EUA, enquanto o comportamento de Eduardo Bolsonaro só inflama tensões. Lula reforçou que o Brasil “não vai andar de joelhos para o governo americano” e lembrou que o ex-presidente deveria responder à altura pelas ações vistas como negligente; incluindo a crise sanitária da Covid

Tabela sintética

TemaDetalhes
Pedido de cassaçãoLula pediu formalmente durante evento político em Goiana (PE)
Motivo alegadoAtuação contra interesses nacionais e ausência injustificada
Procedimentos em cursoTrês pedidos de cassação e solicitação de bloqueio de salário já estão
Risco de perda automáticaAcúmulo de faltas pode levar à cassação automática
Impacto diplomático e políticoElevação de tensão Brasil–EUA, com acusações de traição motivadas por lobby

Por tudo isso, mais que uma crise de bastidor, este é um momento definidor para a democracia: até onde vai a coragem de defender a soberania? E se essa defesa começa dentro da própria Câmara, é um sinal de urgência. O que move essa disputa não são só alianças partidárias, é também uma redefinição do que esperamos do exercício legítimo do poder.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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