Irritado com lentidão na tramitação de pautas estratégicas, presidente mira engajamento da militância para pressionar Legislativo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu intensificar sua postura crítica em relação ao Congresso Nacional, em meio ao que considera uma paralisia nas votações de projetos considerados estratégicos para o governo. A decisão foi tomada após o Palácio do Planalto identificar aumento do engajamento nas redes sociais a favor do presidente, especialmente entre militantes da esquerda.
Segundo auxiliares do governo, o chefe do Executivo está incomodado com o ritmo lento de tramitação de pautas como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda; que está parada na Câmara desde março, e medidas como o fim do regime 6×1, a aposentadoria de militares e o combate aos supersalários.
A nova fase da estratégia inclui explorar a mobilização popular para pressionar o Legislativo, com o objetivo de “sacudir” os presidentes da Câmara e do Senado e forçar avanços nas negociações. “É uma espécie de chacoalhão”, definiu um assessor.
Apesar do tom mais duro, o governo avalia que o embate é temporário e que, após gerar maior repercussão pública, Lula deve propor uma reunião com as lideranças do Congresso para tentar realinhar a pauta de votações.
A expectativa no Planalto é de que o embate público funcione como uma alavanca para destravar temas represados e reposicionar Lula como protagonista diante do Legislativo.
Texto: Daniela Castelo Branco
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