Decisão do STF atinge patrimônio, salário e Pix do deputado, acusado de atuar para obstruir investigação sobre tentativa de golpe.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de todos os bens, contas bancárias e chave Pix do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A medida, proferida no sábado (19) e mantida sob sigilo, ocorre no âmbito do inquérito que investiga a atuação do parlamentar nos Estados Unidos, onde denunciou o STF por suposta perseguição política.
Com a decisão, Eduardo está impedido de movimentar recursos financeiros e terá até o salário parlamentar retido. A ação faz parte de uma estratégia de “asfixia financeira”, frequentemente usada em investigações para impedir a continuidade de ações ilícitas.
Segundo Moraes, após a operação da Polícia Federal contra seu pai, Jair Bolsonaro, Eduardo teria “intensificado a conduta ilícita”, atuando para mobilizar o governo Trump contra o Brasil. O próprio ex-presidente, em depoimento recente, admitiu ter enviado R$ 2 milhões ao filho para sustentar sua permanência nos EUA; informação que reforçou as suspeitas de cooperação entre pai e filho com objetivo de obstruir o processo penal que envolve a tentativa de golpe de Estado.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que os dois trabalham juntos para interferir no andamento da ação, que está próxima de ser julgada. Como consequência dessas ações internacionais, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e sanções a ministros do STF, como a suspensão de vistos.
Reação de Eduardo Bolsonaro
Durante participação no podcast Inteligência LTDA., na noite de segunda-feira (22), Eduardo afirmou:
“Pode prender meu pai e não vou mudar minha conduta”, disse, chamando a decisão de Moraes de “arbitrária e criminosa”.
Nas redes sociais, o deputado manteve o tom desafiador:
“Só irei descansar quando Alexandre de Moraes for punido. Só irei sossegar quando o seu impeachment for aprovado pelo Senado, porque essa é a única solução para o Brasil”, declarou.
Apesar das sanções, Eduardo afirmou que não será intimidado e que “se preparou para este momento”, indicando que deve seguir na linha de confronto com o STF.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação
