Procurador-geral decidirá se apresenta denúncia, requisita diligências ou pede arquivamento da investigação.
O relatório da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já está nas mãos da Procuradoria-Geral da República (PGR). O envio foi feito nesta quarta-feira (20) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e agora cabe ao procurador-geral, Paulo Gonet, decidir os próximos passos: apresentar denúncia, requisitar diligências complementares ou solicitar o arquivamento da investigação: última opção considerada remota.
O indiciamento aponta que pai e filho atuaram em conluio nos Estados Unidos para tentar coagir o Judiciário e frear o andamento da investigação sobre a trama golpista de 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro é o principal réu do “núcleo 1” da ação penal, cujo julgamento está marcado para 2 de setembro pela Primeira Turma do STF, sob relatoria de Alexandre de Moraes, que já sofreu sanções por parte dos EUA.
No despacho, Moraes cita os trechos do relatório da PF que indicam esforços coordenados de Jair e Eduardo para interferir no curso da ação penal e, em seguida, determina: “Encaminhem-se os autos à Procuradoria-Geral da República para manifestação quanto ao relatório final apresentado pela Polícia Federal, nos termos do Código de Processo Penal.”
Embora não haja prazo definido para a decisão de Gonet, auxiliares afirmam que o caso está sendo tratado com prioridade. O desdobramento agora será decisivo não apenas para o andamento da investigação, mas também para os próximos capítulos da política brasileira, em um momento de tensão e observação atenta da sociedade e das instituições.
Texto: Daniela Castelo Branco
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