Ex-ministro do Turismo deixa presídio em Pernambuco após decisão do STF; ele agora terá que se apresentar à Justiça e está proibido de deixar o país ou falar com outros investigados
O ex-ministro do Turismo Gilson Machado deixou a prisão nesta sexta-feira (13), após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Alvo de uma operação da Polícia Federal, realizada no mesmo dia, Machado teve a prisão preventiva revogada e vai responder em liberdade, mas com uma série de restrições.
Na decisão, Moraes destacou que a prisão foi uma medida “extrema”, necessária naquele momento, mas que agora já cumpriu seu papel nas investigações. Segundo o ministro, com as diligências já realizadas pela PF – incluindo a apreensão e perícia dos celulares do ex-ministro e o depoimento prestado por ele – não há mais justificativa para mantê-lo detido.
Gilson Machado terá que cumprir algumas medidas cautelares: apresentar-se quinzenalmente à Justiça, entregar o passaporte, não sair do país e evitar qualquer contato com outros investigados na mesma operação. Caso descumpra alguma dessas exigências, poderá voltar à prisão.
O próprio Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria-Geral da República (PGR), havia sugerido a substituição da prisão por “medidas menos gravosas” durante a audiência de custódia.
Mesmo em liberdade, a situação jurídica de Machado ainda é delicada. Moraes apontou a existência de “indícios suficientes” de que o ex-ministro teria ajudado o tenente-coronel Mauro Cid; também investigado, a se esquivar da Justiça. O processo que investiga a tentativa de golpe de Estado, no qual Cid é réu, está em fase final e deve ser julgado nos próximos meses, com tendência à condenação.
Após a decisão, a defesa de Machado informou que o alvará de soltura foi emitido ainda na tarde desta sexta. Os advogados se deslocaram até o presídio Cotel, em Abreu e Lima (PE), para garantir a liberação.
Ao deixar a prisão, Gilson Machado fez questão de agradecer: “Estou à disposição da Justiça para esclarecer esse mal-entendido. Importante dizer que o mesmo juiz que mandou prender, mandou soltar. Agradeço a Deus por ter iluminado a Justiça brasileira”, disse ele, em entrevista à CNN.
O filho do ex-ministro, Gilson Machado Filho, também comemorou a decisão: “Recebemos a notícia com alívio. É uma resposta a todos que sempre acreditaram na honestidade do meu pai.”
Agora, Machado aguarda os próximos desdobramentos da investigação, ciente de que o STF continuará acompanhando de perto o cumprimento das medidas impostas.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação