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O abraço apertado de Bolsonaro e Kassab carrega uma má notícia para Lula em 2026

 Reaproximação sinaliza avanço das articulações da direita para enfrentar o atual presidente.

Na política, um abraço nunca é só um abraço. E o que aconteceu na Marcha dos Prefeitos, em Brasília, diz muito mais do que parece à primeira vista. Jair Bolsonaro e Gilberto Kassab, presidente nacional do Partido Social Democrático (PSD), trocaram um daqueles abraços apertados, calorosos e carregados de significados.

A cena, flagrada por um leitor atento da coluna, deixa claro que, se antes havia rusgas, agora há interesses comuns. Interesses que, se amadurecerem, podem se transformar em uma dor de cabeça considerável para o presidente Lula nas eleições de 2026.

 De desafetos a aliados de ocasião

Até pouco tempo atrás, Bolsonaro não poupava críticas a Kassab. Afinal, o PSD teve papel relevante na CPI da Covid e na CPMI do 8 de janeiro, que desgastaram muito o ex-presidente.

Mas, como a política é feita de movimentos que nem sempre seguem a lógica da coerência, os dois voltaram a se aproximar. E há motivos claros para isso.

O PSD, apesar de ocupar hoje três ministérios no governo Lula (Minas e Energia, Pesca e Agricultura), tem se distanciado, discretamente, do Palácio do Planalto. Kassab não esconde sua crescente insatisfação, especialmente com a condução econômica do ministro Fernando Haddad.

 Sinal amarelo para Lula

Nos bastidores, o PSD flerta abertamente com a ideia de lançar uma candidatura do campo conservador. O nome? Ratinho Junior, atual governador do Paraná, que tem trânsito livre tanto com Kassab quanto com Bolsonaro.

Do outro lado, Bolsonaro, mesmo inelegível, articula sua própria estratégia: pode tentar impulsionar nomes como Tarcísio de Freitas, sua esposa Michelle Bolsonaro, ou o filho Eduardo Bolsonaro.

Seja qual for a configuração, uma coisa parece cada vez mais provável: no segundo turno, se houver, Kassab e Bolsonaro estarão juntos e contra Lula.

 Essa história começou antes…

O reencontro não surgiu do nada. Na eleição municipal passada, Kassab já havia dado um sinal claro dessa reaproximação, quando apoiou Mello Araujo, indicado de Bolsonaro, na chapa vitoriosa do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

 E a inelegibilidade?

É verdade que Bolsonaro segue inelegível, condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Trabalha, nos bastidores, para tentar reverter essa decisão. Mas, realisticamente, as chances são mínimas. Ainda assim, sua força política segue viva e o abraço com Kassab é a prova concreta disso.

 Resumo da ópera:

Se alguém ainda achava que Lula navegaria tranquilo até 2026, pode começar a rever essa previsão. O abraço vale mais que mil discursos.

Por: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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