Comissão que investigará fraudes em aposentadorias deve ser instalada nesta quarta-feira (20).
A disputa política em torno da CPMI do INSS promete ganhar ainda mais tensão. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, pretende apresentar um requerimento para convocar José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a depor diante dos parlamentares.
A comissão, criada para investigar supostas fraudes em aposentadorias e pensões, será oficialmente instalada nesta quarta-feira (20), quando também será divulgado o cronograma de reuniões. Antes mesmo de começar, a oposição já organiza uma lista de requerimentos para as primeiras sessões. Frei Chico aparece entre os nomes mais aguardados.
O que pesa contra o sindicato
Segundo a Polícia Federal, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, no qual José Ferreira ocupa o cargo de vice-presidente, registrou um crescimento expressivo de arrecadação nos últimos anos. O faturamento saltou de R$ 17 milhões em 2019 para R$ 90 milhões em 2023, totalizando R$ 259 milhões no período.
O sindicato foi alvo de busca e apreensão em operação da PF, mas o irmão de Lula não figura como investigado. Ainda assim, a ligação dele à entidade é o suficiente para que a oposição pressione por seu depoimento.
Repercussão política
A convocação de Frei Chico, caso seja aprovada, tende a ampliar a temperatura política da CPMI. O tema é sensível não apenas pela proximidade familiar com o presidente, mas também porque envolve diretamente a imagem do governo em uma investigação que promete atrair os holofotes do Congresso e da mídia.
Vale lembrar que José Ferreira da Silva, histórico sindicalista, hoje não é filiado a nenhum partido. Ainda assim, sua presença na CPMI seria usada pela oposição como peça central na estratégia de confrontar o governo Lula desde os primeiros trabalhos da comissão.
Texto: Daniela Castelo Branco
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