Ex-presidente do Senado afirma que defesa da democracia deve ser compromisso de toda a classe política, e acusa extrema direita de só “gritar e agredir”.
Alvo de ataques nas redes sociais por parte de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) reagiu neste domingo (27) e manteve o tom firme em defesa da democracia. Em nota à CNN Brasil, o ex-presidente do Senado declarou que não se intimida com as críticas da extrema direita. “Nunca abaixei a cabeça para esse grupo, que só faz gritar e agredir. Não propõe nada de relevante e útil”, afirmou.
A polêmica teve início após uma fala de Pacheco ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante evento no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, na última quinta-feira (24). Na ocasião, o senador criticou a proposta de “anistia ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A declaração foi interpretada por bolsonaristas como um aceno ao governo petista.
“O mesmo grupo que negou a democracia agora quer anistia total. Isso precisa ser resistido por todos nós, homens públicos responsáveis”, disse Pacheco durante o discurso.
A reação foi imediata. A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) usou o X (antigo Twitter) para atacar o senador: “Rasgou a fantasia. Discurso aloprado”. Já o deputado Giovani Cherini (PL-RS) afirmou que Pacheco estava “bajulando Lula” e ironizou: “É tanto teatro, tanta narrativa repetida, que fica difícil saber se estamos assistindo ao Jornal Nacional ou a um ensaio da campanha de 2026”.
Em resposta às críticas, o senador reafirmou sua posição: “Minha fala foi uma defesa da democracia e um repúdio claro à tentativa de golpe. Entendo que essa postura deveria ser obrigação de todos, da esquerda, do centro e da direita”, disse, reforçando que seu posicionamento é institucional e coerente com os princípios democráticos.
A nova ofensiva da ala bolsonarista contra Pacheco ocorre num momento em que o debate sobre anistia aos golpistas volta a ganhar força no Congresso. Enquanto isso, o senador mineiro, que tem sido visto como um nome moderado, reforça sua imagem de independência e equilíbrio no atual cenário político polarizado.
Texto: Daniela Castelo Branco
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