Órgão exige controle imediato do tráfego, reparos emergenciais e apresentação de um plano de recuperação em até 48 horas para evitar tragédia.
O Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia emitiu uma recomendação urgente ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para evitar o risco iminente de colapso da ponte sobre o Rio Candeias do Jamari, que conecta Candeias do Jamari a Porto Velho (RO).
Nesta sexta-feira (23), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (Crea-RO), realiza às 10h, uma coletiva de imprensa, com o intuito de esclarecer pontos importantes do relatório da inspeção técnica realizada na ponte sobre o Rio Candeias, após a divulgação do laudo emitido pelo Crea sobre os riscos e perigos eminentes da estrutura.
O alerta pede medidas imediatas, como controle do tráfego, execução de reparos emergenciais e a entrega de um plano detalhado de recuperação da estrutura em até 48 horas.
Laudo aponta risco real de desabamento
O documento foi motivado por um laudo técnico do Crea-RO, que identificou deformações preocupantes e falhas estruturais em evolução na ponte. O relatório é claro: se nada for feito, a continuidade do tráfego pode levar ao colapso da estrutura em curto prazo.
As inspeções aconteceram nos dias 13 e 14 de maio. Segundo o Crea, o fluxo intenso de veículos pesados tem acelerado o desgaste e agravado as fissuras e deformações na ponte.
As exigências do MPF
Diante do cenário crítico, o MPF estabeleceu uma série de medidas que o Dnit deve adotar imediatamente:
• Controle rigoroso do tráfego, priorizando a passagem pela parte central da ponte;
• Restrição parcial de veículos pesados, alternando com veículos leves, até que seja possível uma avaliação mais aprofundada;
• Análise estrutural completa, com apoio de engenheiros especialistas;
• Reparos emergenciais, com reforço de pontos críticos e troca de materiais comprometidos;
• Monitoramento constante, para acompanhar qualquer evolução no quadro da ponte;
• Apresentação de um cronograma detalhado de recuperação, que contemple tanto a ponte em uso quanto a antiga, atualmente interditada.
O procurador da República Raphael Bevilaqua foi categórico: “São medidas urgentes, absolutamente necessárias para evitar um possível desastre que colocaria em risco vidas e o deslocamento de milhares de pessoas”, afirmou.
Tragédias recentes reforçam o alerta
O MPF lembrou ainda que o Brasil carrega um histórico doloroso de desastres envolvendo pontes. Só em 2022, dois desabamentos na BR-319, no Amazonas, resultaram na morte de cinco pessoas. Mais recentemente, em dezembro de 2024, o colapso da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, também na BR-319, deixou 17 mortos.
Esses episódios reforçam a gravidade do alerta emitido agora em Rondônia. “Não podemos repetir os mesmos erros. O risco é real e imediato”, completou o procurador.
O Dnit tem 48 horas para informar se acatará as medidas e apresentar seu plano de ação. Enquanto isso, cresce a apreensão entre moradores, motoristas e caminhoneiros que dependem diariamente da travessia sobre o Rio Candeias.
Por: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação
