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PP-União: ministros devem ter aval para seguir no governo

Partidos se unem em federação com viés oposicionista, mas tendem a adiar desembarque de ministérios

A federação União Progressista, que passará a existir oficialmente a partir desta terça-feira (19), não fará um desembarque imediato do governo Lula, como chegou a ser cogitado. Apesar de adotar um viés crítico ao Planalto, a aliança deve autorizar que seus ministros permaneçam nos cargos, ao menos por enquanto.

Saída prevista apenas em abril

A expectativa é que a maioria dos ministros ligados à federação se descompatibilize somente em abril de 2026, para disputar as eleições. Nos bastidores, o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, não pressiona pela saída imediata do partido da base do governo, mesmo diante de tensões recentes em relação à postura do Brasil no conflito comercial com os Estados Unidos.

Já Ciro Nogueira, presidente do PP, tem sido mais incisivo e cobra que o ministro do Esporte, Andre Fufuca (PP), deixe o cargo.

Críticas ao governo e aproximação com o PL

O lançamento da União Progressista ocorre em meio a críticas à condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente sobre a resposta ao tarifaço imposto pelo governo Trump. Paralelamente, PP e União têm se aproximado do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, movimento que reforça a tendência oposicionista da nova federação.

Ministros do União seguem com apoio

Hoje, o União Brasil comanda três ministérios: Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Integração Nacional) e Frederico de Siqueira (Comunicações). Os dois últimos são ligados ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), aliado próximo de Lula.

Sabino, por sua vez, indicado pela bancada do partido na Câmara com aval de Arthur Lira (PP-AL), se alinhou ao governo e defende que o União esteja ao lado de Lula também em 2026.

Clima de tensão com o Planalto

Há pouco mais de duas semanas, Lula reuniu os ministros e deixou clara sua insatisfação com a postura de Rueda. Uma reunião direta entre os dois chegou a ser prevista, mas não aconteceu.

Na sequência, Rueda e Ciro Nogueira se encontraram em conversa reservada com Valdemar Costa Neto (PL). O gesto foi lido como um recado de aproximação com a oposição, que pressiona por um desembarque mais rápido do governo.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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