Decisão de Hugo Motta cancela encontros marcados por aliados do ex-presidente para votar moções de apoio.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), proibiu a realização de reuniões nas comissões da Casa durante o recesso parlamentar informal. A medida foi oficializada em despacho publicado nesta terça-feira (22) no Diário Oficial da Câmara.
Com a decisão, foram canceladas sessões marcadas para esta manhã pelas comissões de Segurança Pública e de Relações Internacionais, que pretendiam votar moções de apoio, solidariedade e louvor ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ambas as comissões são presididas por parlamentares do PL: Paulo Bilynskyj (SP) e Filipe Barros (PR). Eles haviam convocado as reuniões mesmo com o recesso branco em vigor. O recesso informal começou na sexta-feira (19) e se estende até 31 de julho, em função da não votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
A decisão de Hugo Motta inviabiliza articulações da oposição que tentavam, durante o recesso, mobilizar o Congresso em reação às medidas cautelares impostas a Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar noturno.
Apesar da pressão de aliados do ex-presidente, a cúpula do Congresso decidiu manter a interrupção dos trabalhos até o fim do mês.
Texto: Daniela Castelo Branco
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