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Relatório dos EUA contra Lula e Moraes eleva tensão diplomática, enquanto STF aposta em influenciadores para reverter clima.

Governo norte-americano prepara acusação de violação de direitos humanos; Suprema Corte brasileira reage abrindo as portas para criadores de conteúdo.

Quando a diplomacia entra em ebulição, cada gesto conta e, desta vez, até influenciadores digitais estão no centro de um capítulo tenso da relação Brasil–Estados Unidos. Um relatório em elaboração pelo governo norte-americano deve classificar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes como violadores de direitos humanos. Há apenas dois anos, o país era citado como exemplo de democracia estável. Agora, vê-se no alvo de críticas diretas e duras vindas de Washington.

O desgaste ganhou contornos ainda mais visíveis com o cancelamento de uma reunião entre o secretário do Tesouro dos EUA e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tentava negociar a revogação parcial do tarifaço imposto por Donald Trump. O gesto foi lido como um recado claro: a relação bilateral está no fio da navalha.

STF abre as portas para as redes sociais

Em meio à escalada diplomática e à ofensiva política externa, o Supremo Tribunal Federal aposta em uma estratégia inédita para se aproximar da sociedade e enfrentar a desinformação: abrir suas portas para 26 influenciadores digitais de diferentes nichos, que somam milhões de seguidores.

A iniciativa, batizada de “Leis e Likes: O papel do Judiciário e a influência digital”, ocorrerá nesta quarta (13) e quinta-feira (14). Apesar de ter sido planejada antes das recentes medidas contra Jair Bolsonaro; como a tornozeleira eletrônica e a prisão domiciliar, o “timing” do evento chama atenção nos bastidores, coincidindo com a intensificação da pressão vinda dos EUA.

Durante a imersão, os convidados vão acompanhar uma sessão plenária, participar de rodas de conversa com os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, além de realizar uma visita guiada ao prédio histórico do STF. A meta é clara: usar o alcance das redes para mostrar, de forma prática, como funciona o Judiciário brasileiro e reforçar o compromisso com o Estado Democrático de Direito.

Estratégia para tempos polarizados

Barroso, presidente do STF, afirma que “cidadãos bem informados ajudam a impedir a disseminação de mentiras e teorias conspiratórias, tão comuns nos tempos atuais”. A ideia é que as discussões tratem de temas como polarização política, liberdade de expressão, inteligência artificial e combate às fake news.

Os influenciadores não receberão cachê e terão liberdade para produzir conteúdos em tempo real. Entre os nomes confirmados estão Antonio Tabet, criador do “Porta dos Fundos”; Déia Freitas, do podcast “Não Inviabilize”; Fred Nicácio, médico e ex-BBB; Nathalia Oliveira, do canal “Nath Finanças”; e Mizael Silva, comediante que ficou conhecido por interpretar “o advogado de Alexandre de Moraes”.

Para o STF, a ação é uma oportunidade de mostrar que, mesmo sob críticas internas e externas, a Corte mantém o foco na defesa da Constituição, e de levar esse recado diretamente ao espaço onde hoje as narrativas se formam e se transformam mais rapidamente: as redes sociais.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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