Bombardeios deixaram mortos, feridos e milhares sem energia em um dos ataques mais intensos da guerra.
Enquanto líderes mundiais se reuniam em Washington em busca de saídas para a paz, a madrugada na Ucrânia foi marcada pelo som de sirenes e explosões. A Rússia lançou o ataque aéreo mais pesado desde julho, em uma demonstração brutal de força que reacende a dor da guerra e expõe, mais uma vez, a vulnerabilidade da população civil.
Segundo a Força Aérea ucraniana, Moscou disparou 270 drones e 10 mísseis contra o território do país. Apesar da interceptação da maioria, quatro mísseis e 16 drones conseguiram atravessar as defesas aéreas. O saldo foi devastador: oito mortos e 54 feridos em diferentes regiões.
Alvo civil
Na região de Donetsk, cinco pessoas morreram em bombardeios a cidades atrás das linhas de frente. Em Zaporizhzhia, ataques mataram três pessoas e feriram 33. Outras regiões, como Kharkiv, Kherson, Dnipropetrovsk e Nikopol, também registraram civis entre os feridos.
A ofensiva russa deixou ainda marcas profundas na infraestrutura. Mais de 1,4 mil residências e 119 empresas ficaram sem energia após um “ataque massivo” contra a região de Poltava, no nordeste, segundo autoridades locais.
A guerra que não cessa
Desde fevereiro de 2022, quando Moscou lançou a invasão em larga escala, a Ucrânia vive sob o peso de bombardeios frequentes. Hoje, cerca de um quinto do território ucraniano está sob controle russo. No mesmo ano, Vladimir Putin decretou a anexação de quatro regiões: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia: movimento amplamente condenado pela comunidade internacional.
Enquanto isso, os Estados Unidos e aliados pressionam por negociações de paz. Donald Trump, atual presidente americano, recebeu Volodymyr Zelensky e líderes europeus na Casa Branca justamente no dia do ataque, em uma tentativa de avançar no diálogo. Mas, no campo de batalha, o cenário continua de escalada: a Ucrânia intensifica operações dentro do território russo, enquanto Moscou responde com ofensivas aéreas cada vez mais violentas.
Custo humano da guerra
Embora os dois lados neguem atacar civis, milhares de ucranianos já perderam a vida desde o início da invasão, sem contar os números de militares mortos, que permanecem em sigilo. Os EUA estimam que 1,2 milhão de pessoas já tenham sido mortas ou feridas ao longo do conflito.
A madrugada desta terça-feira (19) mostrou mais uma vez que, para além dos discursos políticos e negociações diplomáticas, a guerra segue deixando rastros de destruição, dor e incerteza no cotidiano da população ucraniana.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/BBC
Reportagem: CNN Brasil