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Rússia lança megaofensiva com 400 drones e míssil contra infraestrutura da Ucrânia

Ataques em série atingem rede de energia e deixam ao menos 15 feridos; Moscou diz que monitora de perto envio de armas ocidentais a Kiev.

Em mais uma escalada no conflito que já dura mais de três anos, a Rússia lançou, entre a noite de terça (15) e a madrugada desta quarta-feira (16), uma das maiores ofensivas contra cidades ucranianas desde o início da guerra, utilizando 400 drones e um míssil balístico. Os alvos principais foram infraestruturas energéticas, em ataques que deixaram ao menos 15 feridos e afetaram o fornecimento de água e luz em diversas regiões.

Segundo as Forças Armadas da Ucrânia, os ataques ocorreram em Kharkiv, Kryvyi Rih e Vinnytsia, cidades estratégicas em diferentes pontos do país. Apesar de a maioria dos drones ter sido abatida, 12 alvos foram atingidos com sucesso, de acordo com as autoridades locais.

Em Kharkiv, onde 17 explosões foram registradas em apenas 20 minutos, três pessoas ficaram feridas. Em Kryvyi Rih, cidade natal do presidente Volodymyr Zelensky, o bombardeio deixou um jovem de 17 anos em estado grave e causou interrupções nos serviços básicos. Já em Vinnytsia, oito pessoas se feriram em decorrência dos ataques.

“Estamos fazendo o possível para restabelecer o fornecimento de energia o quanto antes. Esse tipo de terror exige uma resposta mais dura. Precisamos de mais defesas aéreas, mais interceptadores e mais determinação”, escreveu Zelensky nas redes sociais.

Ofensiva russa e alerta estratégico

O ataque massivo com drones se soma à nova ofensiva militar da Rússia neste verão (hemisfério norte), marcada por investidas contínuas contra infraestruturas civis, especialmente o sistema energético, considerado por Moscou um “alvo legítimo” por supostamente apoiar o esforço de guerra ucraniano.

O episódio também teve desdobramentos diplomáticos. O governo russo afirmou que está monitorando de perto o fornecimento de armas à Ucrânia, especialmente por países do Ocidente. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esse é um dos temas prioritários no momento. Ele também declarou que, apesar de não haver telefonema agendado entre Vladimir Putin e Donald Trump, a conversa “poderá ser organizada rapidamente, se necessário”.

O tema voltou ao centro do debate internacional após Trump, que retornou à presidência dos EUA, aprovar o envio de novos pacotes de ajuda militar a Kiev, incluindo sistemas de defesa aérea e armamentos estratégicos.

Guerra de longo alcance

A Ucrânia também realiza ataques de longo alcance contra alvos em território russo, embora em menor escala. Em Kupiansk, cidade na linha de frente, dois civis morreram após um bombardeio com drones russos; ataque anterior à megaofensiva da madrugada.

Desde o início da invasão em fevereiro de 2022, a Rússia já matou milhares de civis ucranianos em bombardeios contra cidades. A intensidade e a frequência desses ataques têm crescido, refletindo um conflito cada vez mais tecnológico, tático e, acima de tudo, brutal.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação/Agência Brasil

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