Ex-integrante do governo Bolsonaro, ganhou notoriedade pela sua participação em lives e polêmicas relacionadas ao uso de recursos durante o governo.
O ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi preso nesta sexta-feira (13) pela Polícia Federal em Recife, em um desdobramento que chama a atenção por envolver um dos nomes que marcaram o governo de Jair Bolsonaro. A prisão ocorre em um momento de grande repercussão sobre o papel de Machado na política e seu envolvimento em diversas questões polêmicas.
A ascensão de Gilson Machado no governo Bolsonaro
Gilson Machado se tornou uma figura proeminente no cenário político a partir de sua relação com Jair Bolsonaro. Nomeado Ministro do Turismo em 2020, após a demissão de Marcelo Álvaro Antônio, Machado foi rapidamente abraçado pelo ex-presidente, principalmente em momentos críticos da pandemia de Covid-19.
Na época, ele ficou conhecido por participar das famosas lives semanais do governo Bolsonaro, aquelas transmissões feitas diretamente do Palácio do Planalto, quando o Brasil atravessava o pico de mortes pela doença. O que chamou atenção não foi apenas a postura política de Machado, mas também seu lado artístico: ele frequentemente aparecia tocando sanfona nas transmissões, o que gerou certo encanto entre apoiadores e críticas entre adversários.
Carreira na Embratur e a tentativa no Senado
Antes de sua passagem pelo Ministério do Turismo, Machado já tinha acumulado experiência na área de turismo, tendo sido presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). O cargo foi ocupado por ele em 2019, após uma rápida passagem pela Secretaria de Ecoturismo e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. Durante sua gestão na Embratur, ele ficou responsável por fortalecer a imagem do Brasil no cenário internacional.
Em 2022, porém, Gilson Machado decidiu dar outro passo na sua carreira política e deixou o Ministério do Turismo para tentar uma vaga no Senado Federal, concorrendo por seu estado, Pernambuco. A disputa não foi bem-sucedida, e ele acabou perdendo a eleição para Teresa Leitão (PT), o que gerou frustração em seu campo político.
Após a derrota, ainda no mesmo ano, Bolsonaro nomeou Machado novamente para o cargo de diretor-presidente da Embratur, onde deveria cumprir um mandato de quatro anos. Porém, o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou as configurações políticas do Brasil, o que pode ter contribuído para um distanciamento de sua atuação.
Polêmicas recentes e vídeos nas redes sociais
Mais recentemente, Machado se tornou alvo de polêmica novamente. Em vídeos publicados em suas redes sociais, o ex-ministro revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro havia utilizado R$ 8 milhões arrecadados por meio de uma vaquinha online. Segundo Machado, o montante teria sido destinado a cobrir despesas com passagens, hospitalares e jurídicas, incluindo o pagamento de advogados.
Essas revelações, somadas à prisão de Machado, levantam questões sobre a transparência e as finanças do ex-presidente, além de reacenderem debates sobre o uso de recursos públicos e privados durante o governo Bolsonaro.
Com a prisão de Gilson Machado, mais um capítulo controverso se abre na história recente da política brasileira, que segue acompanhando de perto os desdobramentos desse caso e a relação entre figuras do governo Bolsonaro e investigações em curso.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/CNN