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Segundo aliados, Lula reforça defesa da soberania e mantém posição firme diante de Trump

Chanceler Mauro Vieira negocia nos EUA enquanto governo busca reduzir tensão comercial sem ceder em temas internos.

Com a aproximação da entrada em vigor das tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump a partir de 1º de agosto, o governo brasileiro endurece o discurso e reafirma que não aceitará pressões externas sobre assuntos internos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito a aliados que não cederá a “chantagens políticas” e autorizou o chanceler Mauro Vieira a liderar o diálogo direto com autoridades dos Estados Unidos.

Vieira já está em solo americano e manifestou disposição para ir a Washington, caso o governo Trump designe um interlocutor de alto nível. A movimentação diplomática é reforçada por uma comitiva de senadores brasileiros, liderada por Nelsinho Trad (PSD-MS), que realiza reuniões com congressistas dos dois partidos, em um esforço para desmontar a narrativa que sustenta o tarifaço.

O argumento central do Brasil é técnico: o país cobra, em média, apenas 2,7% de tarifa sobre produtos americanos, o que, segundo os parlamentares, torna injustificável a retaliação de Trump. Ainda assim, a Casa Branca tem dado sinais de que a medida tem motivação política, especialmente após o endurecimento do STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro; algo que o Planalto vê como “inaceitável ingerência”.

Lula reforça que está aberto à negociação no campo econômico e comercial, mas considera inegociável qualquer tentativa de interferência nos temas da Justiça brasileira. Internamente, o governo trabalha para manter apoio unificado no Congresso e, externamente, aposta na pressão empresarial: multinacionais americanas já começaram a questionar na Justiça local a validade das tarifas, temendo impactos em suas cadeias de produção.

O cenário ainda é incerto, mas a avaliação no Itamaraty é de que o caminho do diálogo ainda está aberto e que qualquer avanço dependerá da disposição de Trump em recuar do confronto ideológico.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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