Oito réus, entre ex-ministros e militares de alta patente, serão analisados em sessões que começam nesta terça-feira (2).
A tensão volta a rondar o Supremo Tribunal Federal. A partir desta terça-feira (2), a Primeira Turma do STF começa a julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados acusados de arquitetar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O caso envolve figuras de destaque da política e das Forças Armadas, tornando cada sessão um olhar direto sobre a fragilidade e a defesa da democracia brasileira.
O julgamento ocorrerá em cinco dias, com horários distribuídos entre sessões matutinas e vespertinas. A primeira etapa será marcada pela leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes, que apresentará um panorama detalhado das provas reunidas ao longo do processo. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados de defesa dos réus terão a oportunidade de sustentar suas teses oralmente, com tempo de até uma hora para cada manifestação, salvo exceção para o procurador, que pode ter tempo adicional.
Os réus não precisam comparecer presencialmente. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, optou por não comparecer para evitar constrangimentos. Entre os acusados estão o ex-presidente, ministros de Estado, generais e um almirante da Marinha, todos integrando o chamado “núcleo 1” do processo.
Lista dos réus do núcleo 1:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, candidato a vice em 2022
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin
- Almir Garnier, almirante da Marinha
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa
Datas e horários do julgamento:
- 2/9 (terça-feira): 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
- 3/9 (quarta-feira): 9h às 12h (Extraordinária)
- 9/9 (terça-feira): 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
- 10/9 (quarta-feira): 9h às 12h (Extraordinária)
- 12/9 (sexta-feira): 9h às 12h e 14h às 19h (Extraordinária)
Este julgamento não é apenas um rito judicial: é um retrato da democracia em teste. Acompanhar cada voto, cada argumento, é perceber que o futuro político e a estabilidade institucional do país estão sob análise — e que a atenção da sociedade nunca foi tão necessária para garantir que os limites entre poder e responsabilidade sejam respeitados.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/STF