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Tarcísio articula apoio empresarial e irrita ala bolsonarista com postura mais pragmática

Governador de São Paulo evita embate ideológico e busca soluções frente ao tarifaço imposto por Trump, mas desagrada base radical de Bolsonaro.

Em meio à crise gerada pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem adotado uma postura pragmática e técnica, afastando-se de embates ideológicos; o que tem gerado desconforto entre aliados bolsonaristas.

Na contramão do discurso mais radical que defende a anistia como única via para retomar o diálogo com Washington, Tarcísio tem se dedicado a construir pontes com o setor produtivo. Nesta terça-feira (15), ele se reuniu com representantes de 15 setores industriais, em um encontro articulado por Paulo Skaf, ex-presidente da Fiesp e possível nome para reassumir a federação.

O movimento visa mostrar a força de São Paulo como principal estado exportador para os EUA, com 33,6% das exportações brasileiras destinadas ao mercado norte-americano. O governador quer reforçar o papel do estado nas negociações, mesmo reconhecendo que o protagonismo cabe ao governo federal.

Nos bastidores, Tarcísio tem deixado claro que prefere se afastar da politização do tema e trabalhar de forma coordenada com o empresariado para proteger empregos e garantir previsibilidade econômica.

Reação bolsonarista

A iniciativa do governador, porém, incomodou setores mais alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Parte da base bolsonarista criticou a tentativa de interlocução com os EUA sem tratar diretamente da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, vista por eles como essencial para a reaproximação com Trump.

A irritação pública de bolsonaristas já foi percebida em falas como a do jornalista Paulo Figueiredo, aliado de Eduardo Bolsonaro, que chegou a ironizar a atuação de Tarcísio, afirmando que o governador “não tem articulação internacional”.

Apesar das críticas, Tarcísio mantém o foco no impacto real das tarifas sobre a indústria paulista e o agronegócio, buscando apoio institucional para evitar prejuízos ainda maiores à economia do estado. Sua movimentação é vista por analistas como mais um sinal de distanciamento político gradual entre o governador e o núcleo duro do bolsonarismo.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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