Medida entra em vigor em 7 de agosto e promete impactar mercados e relações comerciais no mundo inteiro.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu mais um passo em sua ofensiva comercial contra o mundo. A partir de 7 de agosto, entra em vigor um novo pacote de tarifas que atinge praticamente todos os países, com alíquotas que vão de 10% a 41%, dependendo do histórico de comércio com os EUA. A medida, que eleva o tom da guerra comercial, já provoca reações em mercados globais e gera dúvidas sobre sua legalidade.
O que muda nas tarifas?
A Casa Branca estabeleceu uma tarifa “universal” de 10% para mercadorias importadas dos países com os quais os EUA têm superávit comercial. Para cerca de 40 países com déficit comercial, a taxa sobe para 15%.
Há ainda uma lista de 26 países com tarifas acima de 15%, por apresentarem déficits considerados “excessivos” pelos EUA. Entre os casos mais críticos estão:
- Síria: 41%
- Laos e Mianmar: 40%
- Suíça: 39%
- Iraque e Sérvia: 35%
- Canadá: 35% para produtos não isentos pelo acordo USMCA
México e Canadá, mesmo com acordos comerciais, continuam sujeitos a tarifas elevadas em itens específicos.
Quando elas passam a valer?
Apesar da promessa de início imediato em 1º de agosto, Trump adiou o início para 7 de agosto, para permitir que as autoridades alfandegárias ajustem seus sistemas. A única exceção são as tarifas sobre o Canadá, que começaram a valer já nesta sexta-feira.
E a legalidade dessa medida?
As novas tarifas têm como base a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), que permite ao presidente tomar medidas em casos de ameaça extraordinária ao país.
No entanto, juízes do Tribunal de Comércio Internacional questionaram se déficits comerciais antigos podem ser considerados uma “emergência econômica”. O caso deve avançar para cortes superiores e pode chegar à Suprema Corte.
E os impactos econômicos?
Especialistas alertam que o tarifaço de Trump pode:
- Aumentar custos de importação e pressionar a inflação nos EUA;
- Provocar retaliações e novas tensões com parceiros comerciais;
- Abalar mercados financeiros globais, como já ocorreu em abril, no chamado “Dia da Libertação”, quando tarifas semelhantes geraram temores de recessão mundial.
Empresas como Walmart e Procter & Gamble já indicaram que devem repassar parte do aumento de custos para os consumidores, o que pode elevar preços no varejo americano.
Trump pode recuar de novo?
Oficialmente, não. Mas a experiência mostra que o presidente já adiou tarifas mais de uma vez diante de negociações e pressão de mercados. Em outras palavras, tudo ainda pode mudar com um simples post no Truth Social, sua rede favorita para anúncios de impacto.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação