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Tragédia aérea na Índia mata 242 pessoas e acende alerta sobre segurança do Boeing 787 Dreamliner; não há sobreviventes

Aeronave caiu logo após a decolagem e atingiu prédio universitário; modelo já havia sido alvo de proibição por falhas técnicas, dizem especialistas

Uma tragédia abalou a Índia na manhã desta quinta-feira (12). Um avião da Air India com 242 pessoas a bordo caiu logo após decolar da cidade de Ahmedabad, no oeste do país, com destino ao aeroporto de Gatwick, em Londres. Segundo autoridades locais, não há sobreviventes.

O Boeing 787-8 Dreamliner transportava 232 passageiros e 10 tripulantes quando emitiu um pedido de socorro menos de um minuto após a decolagem. Pouco depois, a aeronave colidiu com um prédio que funcionava como dormitório para estudantes de medicina da Faculdade B.J., matando também diversos alunos que estavam no local.

De acordo com a afiliada da CNN na Índia, CNN-News18, mais de 100 corpos carbonizados foram levados para o hospital público da região para identificação e autópsia. Imagens do cenário revelam destroços espalhados por todo o edifício, com a cauda do avião visivelmente presa no topo da construção.

Entre os passageiros estavam 217 adultos, 11 crianças e dois bebês. Segundo a Air India, 169 eram cidadãos indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense.

Primeiro grande acidente com o Dreamliner

Esse é o primeiro grande acidente envolvendo o modelo Boeing 787 Dreamliner desde que entrou em operação comercial, em 2011. Com mais de 1.175 unidades em serviço, a aeronave realiza cerca de 2.100 voos por dia em todo o mundo.

O analista de aviação Geoffrey Thomas disse à CNN que revisou vídeos da queda e não observou sinais de falha iminente. “Ela não parecia estar em perigo. Simplesmente afundou e atingiu o solo como uma bola de fogo”, descreveu.

Apesar da boa reputação operacional, o modelo carrega um histórico de problemas técnicos desde o seu lançamento. Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de risco, lembra que o Dreamliner já chegou a ser proibido de voar em determinados períodos por conta de falhas elétricas.

Aeronave que caiu na Índia já foi proibida de voar: Alta tecnologia, riscos elevados

Projetado com sistemas de última geração, o 787 utiliza uma tecnologia chamada fly-by-wire, que substitui boa parte dos sistemas hidráulicos por componentes eletrônicos. Isso aumenta a eficiência energética, mas também a complexidade operacional.

Para Portela, essa sofisticação pode ser uma faca de dois gumes: “A complexidade caminha contra a segurança, enquanto a simplicidade caminha a favor”, afirmou.

Além disso, ele destacou outros possíveis fatores de risco, como colisão com aves ou drones, especialmente em fases críticas como a decolagem. A hipótese de um desequilíbrio na relação entre peso e potência no momento da subida também é considerada uma possível causa do acidente.

Outro ponto levantado pelo especialista é o fenômeno da combustão instantânea após a ruptura do tanque de combustível: “O combustível se dispersa em gotículas e, ao encontrar um ponto quente na estrutura do avião, entra em combustão quase que imediatamente.”

Investigação em andamento

As causas do acidente ainda estão sendo investigadas. Equipes de resgate, autoridades aeroportuárias, representantes da fabricante Boeing e da Air India estão no local, prestando assistência e coletando dados.

A tragédia, além de representar uma enorme perda de vidas humanas, reacende o debate sobre os desafios da aviação moderna, em especial quando tecnologias avançadas exigem níveis ainda maiores de segurança, manutenção e controle.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação/Correio Brasiliense

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