Motorista irritado confessou ter atirado “para assustar” a família; menina de 1 ano e 11 meses não resistiu.
Uma tragédia abalou a cidade de Areia Branca, em Sergipe, na madrugada de terça-feira (24). Layla Sofia Santos Menezes, de apenas 1 ano e 11 meses, foi morta com um tiro na cabeça enquanto viajava com os pais pela rodovia que corta o município. O disparo foi feito por um motorista que se irritou após ser ultrapassado pelo carro da família.
Segundo a Polícia Civil, o homem perseguiu o veículo e atirou diversas vezes. Um dos projéteis atravessou o vidro traseiro e atingiu a criança, que estava sentada no banco de trás. A mãe relatou que não houve nenhum tipo de discussão. “Ele simplesmente atirou no nosso carro. Não teve briga, não teve nada”, contou em depoimento.
O suspeito foi preso horas depois e confessou o crime. Disse que atirou “para assustar”. Agora, responde por homicídio qualificado. A arma foi apreendida e, de acordo com a perícia, o projétil retirado do carro é compatível com o revólver encontrado com ele.
A comoção foi imediata. No velório, realizado na quarta-feira (25), centenas de moradores se reuniram em solidariedade à família. “Era nossa única filha, nossa princesa. Não consigo entender como alguém pode fazer isso por causa de uma simples ultrapassagem”, desabafou o pai.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe classificou o crime como “bárbaro” e prometeu celeridade nas investigações. O Conselho Tutelar também se manifestou, cobrando mais campanhas de conscientização sobre violência no trânsito.
De acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária, casos como esse, infelizmente, não são isolados. Em 2024, o Brasil registrou mais de 500 ocorrências envolvendo agressões ou uso de armas em brigas no trânsito, com pelo menos 78 mortes.
Para especialistas, o problema combina fatores como estresse, intolerância e o acesso fácil a armamentos. “O trânsito se transformou em um ambiente de risco também pela violência entre motoristas, não apenas por acidentes”, alerta o psicólogo de trânsito João Mendes.
O inquérito segue em andamento e a polícia apura se o autor do crime possuía autorização legal para portar a arma. Ele continua preso preventivamente.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação