Encontro entre líderes será na sexta-feira; presidente dos EUA pressiona por acordo de paz e cogita reunião tripla com Zelensky e Putin.
A tensão internacional volta a se concentrar no Alasca nesta sexta-feira (15), onde o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, terão um encontro que pode decidir os próximos capítulos da guerra na Ucrânia. Trump deixou claro: se Putin não aceitar encerrar o conflito, “haverá consequências muito severas”. A promessa, feita na última quarta-feira (13) durante um evento em Washington, ecoa como mais um capítulo da disputa política e diplomática que há anos assombra o cenário global.
Sem revelar detalhes sobre quais medidas seriam tomadas, Trump evitou confirmar se falava de novas sanções ou tarifas, limitando-se a reforçar que as ações seriam duras. A ameaça vem após um prazo anterior; dado pelo próprio presidente americano, ter expirado sem que houvesse novas punições a Moscou.
Além de advertir o Kremlin, Trump também sugeriu a possibilidade de um segundo encontro, desta vez reunindo Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “Se a primeira reunião correr bem, teremos uma segunda rapidamente, quase de imediato”, disse, acrescentando que gostaria de mediar um diálogo direto entre os dois líderes, na tentativa de avançar para um cessar-fogo.
A guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, já custou milhares de vidas e deixou um rastro de destruição. A Rússia mantém o controle de cerca de 20% do território ucraniano e anexou unilateralmente quatro regiões: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia. Enquanto Moscou avança lentamente no leste, Kiev responde com ataques cada vez mais ousados dentro do território russo, mirando principalmente a infraestrutura militar.
O conflito se arrasta sem sinais claros de trégua. Ambos os lados negam atingir civis, mas as mortes entre a população e os combates na linha de frente evidenciam o peso humano da guerra. Estimativas americanas apontam que mais de 1,2 milhão de pessoas já foram mortas ou feridas desde o início da invasão.
Agora, o mundo observa o que poderá sair da conversa entre Trump e Putin. Entre diplomacia e ameaça, o encontro no Alasca pode ser mais do que um diálogo, pode ser a última chance de frear, ainda que temporariamente, a escalada de um conflito que já mancha a história recente com sangue e sofrimento.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação