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Trump intensifica apoio a Bolsonaro e volta a falar em “caça às bruxas”

Presidente dos EUA diz que acompanha de perto os processos contra o ex-presidente brasileiro e pede, novamente, que ele seja deixado em paz

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender publicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), classificando os processos judiciais que ele enfrenta no Brasil como parte de uma “caça às bruxas”. Foi o segundo dia seguido em que o líder americano se manifestou nas redes sociais em apoio ao aliado brasileiro.

Na noite de terça-feira (8), Trump publicou uma nova mensagem em sua plataforma, a Truth Social:
“Deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz. CAÇA ÀS BRUXAS!!!”

A postagem foi acompanhada de um repost da declaração feita no dia anterior, quando o presidente norte-americano já havia acusado o sistema judicial brasileiro de perseguir Bolsonaro de forma semelhante ao que ele diz ter sofrido nos Estados Unidos.

“Estarei assistindo à caça às bruxas de Jair Bolsonaro, de sua família e de milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil; isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz!”, escreveu Trump na segunda-feira.

Alinhamento e elogios

Na primeira publicação, Trump evitou citar diretamente os crimes que pesam contra Bolsonaro, mas reforçou a ideia de que o ex-presidente é vítima de perseguição política.
“Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, afirmou o republicano, que também o classificou como um “líder forte” e “bom negociador”.

A relação entre Trump e Bolsonaro é de longa data. Desde a campanha de 2018, ambos mantêm uma troca constante de elogios e alinhamento ideológico, principalmente em pautas conservadoras, economia liberal e críticas às instituições democráticas.

Bolsonaro na mira da Justiça brasileira

Jair Bolsonaro é réu em um processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República o acusa de cinco crimes, entre eles:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Organização criminosa armada
  • Golpe de Estado

Caso seja condenado, Bolsonaro pode pegar até 39 anos de prisão, de acordo com estimativas de especialistas.

Além do processo no STF, o ex-presidente foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em dois julgamentos distintos. O primeiro, por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação, após reunião com embaixadores em que atacou, sem provas, o sistema eleitoral. O segundo, por abuso de poder político e econômico durante os atos do Bicentenário da Independência, em 7 de setembro de 2022, em pleno período eleitoral.

Apoio internacional

Em maio, Bolsonaro se reuniu com o conselheiro sênior do Departamento de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental, Ricardo Pita. Pouco depois, disse que Trump vinha acompanhando os desdobramentos políticos e judiciais envolvendo seu nome no Brasil.

As manifestações de Trump acontecem em um momento de retomada de protagonismo da direita internacional e podem servir como aceno ao eleitorado conservador dos dois países. Para os aliados de Bolsonaro, o apoio do presidente dos EUA é visto como um gesto simbólico de peso; sobretudo diante do avanço das investigações.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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