Ex-presidente dos EUA endurece o tom, amplia ameaças e indica possibilidade de ação militar direta na guerra entre Teerã e Tel Aviv
Em meio ao crescente clima de tensão no Oriente Médio, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom ainda mais duro em relação ao Irã. Durante entrevista concedida à CNN nesta quinta-feira (19), Trump afirmou ter dado ao governo iraniano o que chamou de “ultimato definitivo”, deixando no ar a possibilidade de uma intervenção militar direta dos EUA no conflito com Israel.
“Pode-se dizer que sim. Talvez se possa chamar de ultimato… o ultimato definitivo, certo?”, disse Trump ao ser questionado se teria feito uma última exigência ao regime de Teerã. Pressionado pelos jornalistas para detalhar o conteúdo desse ultimato, o ex-presidente preferiu não abrir mais informações.
A declaração de Trump vem no rastro da escalada militar que começou na madrugada da última sexta-feira (13), quando Israel lançou uma ofensiva surpresa contra alvos estratégicos no Irã, incluindo instalações nucleares e posições militares de alto comando. Em resposta, Teerã intensificou sua retaliação com uma série de ataques de drones e mísseis contra o território israelense.
O confronto já deixou mais de 200 mortos nos dois países, segundo balanços oficiais e de agências internacionais. A ofensiva israelense tem como principal argumento impedir o avanço do programa nuclear iraniano, que, segundo Tel Aviv, representa uma ameaça existencial à segurança de Israel.
Diante desse cenário, Trump tem sinalizado de forma cada vez mais clara que os Estados Unidos podem não apenas oferecer suporte logístico e militar a Israel, como também partir para uma ação mais incisiva na região. Fontes do Pentágono confirmaram o deslocamento de dezenas de aeronaves de combate para bases no Oriente Médio, como medida de prontidão caso a Casa Branca autorize um ataque direto.
Enquanto isso, o Irã já respondeu com ameaças. O governo iraniano alertou que qualquer ação americana para impedir os ataques a Israel será encarada como uma agressão direta, com promessas de retaliação contra alvos norte-americanos no Golfo Pérsico e em outras partes da região.
A postura de Trump, que busca a reeleição na disputa presidencial deste ano, também tem sido vista por analistas como uma tentativa de reforçar sua imagem de líder duro em política externa. Ainda assim, o risco de uma escalada fora de controle preocupa governos de todo o mundo. Diplomatas de países como Reino Unido, Alemanha e França têm feito apelos públicos por contenção.
O cenário segue imprevisível. Por enquanto, a tensão permanece alta, e a expectativa é de que as próximas horasr sejam decisivas para saber se o “ultimato definitivo” de Trump vai surtir efeito diplomático ou abrir caminho para uma nova frente de guerra no Oriente Médio.
Nesta terça-feira (17), enquanto o presidente norte – americano retornava do G7, ele enfatizou que seu objetivo era instaurar um fim nesse conflito, não um “cessar-fogo”, ou “desistir completamente”.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação