Presidente dos EUA diz buscar um “fim real” para o conflito e ironiza declaração do líder francês sobre negociações de paz
Em meio à crescente de tensões entre Israel e Irã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a adotar um tom desafiador nesta terça-feira (17), ao afirmar que não está interessado em negociar um cessar-fogo, mas sim em buscar um “fim real” para o conflito. Em declarações a jornalistas a bordo do Air Force One, enquanto retornava antecipadamente da Cúpula do G7 no Canadá, Trump também provocou o presidente francês, Emmanuel Macron, após o francês ter sugerido publicamente que o líder americano teria voltado a Washington com a intenção de trabalhar por um acordo de paz.
“Um cessar-fogo? Não. Quero um fim. Um fim real. Ou então, desistir completamente das negociações. Isso também serve”, afirmou Trump, reforçando a postura de endurecimento dos Estados Unidos diante da crise no Oriente Médio.
Ao ser questionado sobre o que exatamente quis dizer com um “fim real”, Trump deixou margem para interpretações: “Vocês vão descobrir. Ninguém diminuiu o ritmo até agora”. O presidente americano disse ainda que as próximas 48 horas devem trazer mais clareza sobre os próximos passos de Israel, sinalizando que Washington acompanha de perto se haverá uma intensificação ou uma desaceleração dos ataques israelenses ao Irã.
Trump também confirmou que convocou sua equipe de segurança nacional para uma reunião na Sala de Situação ainda nesta terça-feira, onde pretende discutir o cenário e possíveis ações.
Recado ao Irã: “Eles sabem que não devem tocar nas nossas tropas”
Sobre a possibilidade de um ataque direto ao programa nuclear iraniano, Trump foi categórico ao dizer que espera que o Irã “não tenha uma arma nuclear”, sem confirmar planos específicos de ação militar.
Questionado sobre a segurança de tropas e bases americanas na região, o presidente deixou claro que uma resposta será imediata caso o Irã faça qualquer movimento contra os Estados Unidos: “Acho que eles sabem que não devem tocar em nossas tropas. Se o fizerem, vamos agir com muita força.”
Trump também explicou que seu alerta recente para que cidadãos americanos deixem o Irã não foi motivado por uma ameaça específica, mas por uma questão de segurança preventiva. “Quero que as pessoas estejam seguras… É sempre possível que algo aconteça. Só quero que as pessoas estejam seguras”, enfatizou.
Macron vira alvo de críticas
As declarações de Trump vieram acompanhadas de uma crítica direta ao presidente francês, Emmanuel Macron. Segundo o líder americano, o francês teria passado informações equivocadas à imprensa ao dizer que Trump teria deixado a Cúpula do G7 para mediar um cessar-fogo entre Israel e Irã.
“O presidente francês, Emmanuel Macron, em busca de publicidade, disse erroneamente que eu deixei a Cúpula do G7, no Canadá, para voltar a Washington e trabalhar em um ‘cessar-fogo’ entre Israel e o Irã”, escreveu Trump em sua conta no Truth Social. “Errado! Ele não tem ideia de por que estou a caminho de Washington, mas certamente não tem nada a ver com um cessar-fogo”, disparou.
Trump foi além e ironizou o colega francês: “É algo muito maior que isso. Seja propositalmente ou não, Emmanuel sempre se engana. Fiquem ligados!”, escreveu.
A afirmação veio em resposta a declarações de Macron durante a cúpula no Canadá. O presidente francês havia dito que os Estados Unidos estavam conduzindo negociações para um cessar-fogo e que a França apoiaria qualquer iniciativa nesse sentido. “Se os Estados Unidos conseguirem um cessar-fogo, será algo muito bom e a França o apoiará”, declarou Macron na ocasião.
Clima de incerteza e expectativa
Enquanto o mundo acompanha os desdobramentos da crise, a Casa Branca mantém o tom de alerta. As próximas horas devem ser decisivas para indicar qual rumo o conflito entre Israel e Irã vai tomar e até onde os Estados Unidos estão dispostos a ir para garantir seus interesses e a segurança de seus aliados na região.
Texto: Daniela Castelo Branco
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