Mandados foram cumpridos durante operação autorizada pelo STF que investiga tentativa de obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional.
A Polícia Federal deixou a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, por volta das 9h09 desta sexta-feira (18), após cerca de duas horas de buscas. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e teve como foco o cumprimento de mandados de busca e apreensão, além da aplicação de medidas cautelares.
Bolsonaro, que é investigado por supostos crimes de coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional, foi conduzido para instalação de tornozeleira eletrônica: uma das determinações de Moraes. A operação também envolveu buscas na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília.
Além do monitoramento eletrônico, o ex-presidente deverá cumprir recolhimento domiciliar no período noturno e nos fins de semana, está proibido de acessar redes sociais e não poderá manter contato com embaixadores, diplomatas estrangeiros, outros réus ou investigados no processo.
Segundo fontes ouvidas pela CNN, a decisão do STF foi tomada com base em representação da própria Polícia Federal, acolhida em parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Defesa critica decisão
Em nota, os advogados de Bolsonaro afirmaram ter recebido com “surpresa e indignação” a imposição das medidas.
“A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”, declarou a equipe jurídica.
As medidas se somam ao crescente cerco judicial enfrentado por Bolsonaro, que também é réu no STF em ações que investigam sua participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação
